Certo dia na homilia da Santa Missa o Pe. Álvaro, nosso querido diretor espiritual das Comunidades de Vida e Oração nos contou uma pequena fábula que é uma verdadeira pérola e pode ser aplicada na vida de cada um de nós no dia a dia.  

Esta historinha vem na medida certa nestes tempos em que os relacionamentos estão cada vez mais conturbados e difíceis entre marido e mulher e entre pais e filhos uma vez que cada um pensa sempre que o outro é que está errado.

Vejamos a história: 

Havia uma jovem senhora que não se entendia com a sua sogra a ponto de querer o mal dela. Elas simplesmente se odiavam e se enfrentavam diariamente e o clima em casa estava insuportável.

Depois de muito meditar e conspirar no seu coração a jovem tomou coragem e foi consultar um mago a quem lhe dirigiu a palavra nestes termos:

-  Mestre, eu odeio a minha sogra e me dirigi até vós para que encontreis um meio para matar a minha sogra, porque estou indo a loucura e não sei mais o que fazer. Ela interfere no meu casamento e na educação dos meus filhos e não suporto mais isso. Entretanto quero lhe pedir que isto seja feito de maneira sutil para que ninguém sequer desconfie que eu esteja envolvida no crime.

O mago prontamente respondeu:

- Viestes ao lugar certo, tenho aqui um veneno letal, infalível que se aplicado corretamente dará o resultado esperado e ninguém jamais desconfiará de nada.

A jovem respondeu:

- É exatamente disso que eu preciso, por favor diga-me o que devo fazer. 

Então o mago tomando um pequeno frasco explicou:

- Darás para a tua sogra uma pitada deste “remédio” três vezes ao dia durante 90 dias e ela irá morrer lentamente e com certeza ao final desse prazo ela estará morta. 

A jovem exultou:

- Aleluia, minhas orações foram atendidas.

Ao que o mago interrompeu dizendo:

- Mas para que ninguém jamais possa sequer colocar em dúvida ou desconfiar de absolutamente nada nem de mim e nem de você é necessário observar uma condição fundamental. 

A jovem senhora, eufórica, retrucou:

- Podes me pedir qualquer coisa que eu o farei. 

Então o mago continuou:

- Para que ninguém possa levantar qualquer dúvida sobre a minha e a sua reputação, doravante terás que começar a tratar muito bem a tua sogra. Terás que parar de enfrentá-la ou de discutir com ela e muito menos discordar das suas opiniões. Terás que elogiá-la e tratá-la com muito amor e carinho e também  com toda a tolerância possível, pois assim quando ela morrer você será vista como a única pessoa que a ajudou e a tratou como nenhuma outra.

Assim combinados, a jovem foi para casa e começou a aplicar a receita dando-lhe a cada dia as porções de “remédio” e tratando-a com muito amor e carinho, fazendo-lhe todas as vontades, não mais a enfrentando, dando-lhe razão nas suas opiniões, enfim, tratava-a com todo o cuidado e nunca mais lhe levantara a voz.

Ao final do primeiro mês a jovem senhora voltou ao consultório do mago, estava visivelmente preocupada e disse:

- Mestre, eu venho até vós para lhe pedir um remédio para reverter o quadro com a minha sogra para que ela não morra mais.

Então o mago perguntou:

- Mas você estava tão decidida a matar a sua sogra, você estava tomada de ódio, você me disse que não agüentava mais e agora me pedes para voltar atrás? O que foi que aconteceu?

Então a jovem chorando disse:

- Acontece que eu estava enganada com a minha sogrinha, ela é a melhor pessoa do mundo, está me tratando como uma verdadeira filha, nunca mais brigou comigo, estou muito arrependida de ter pensado mal dela e por isso não quero mais que ela morra. Além disso, ficamos grandes amigas, ela está me ajudando muito também com o meu marido e com meus filhos, afinal ela mudou tanto que estou amando-a mais que a minha própria mãe.   

O mago simplesmente respondeu:

- Vejo que você aplicou muito bem a receita e por isso este “remédio”  chamado AMOR curou você e lhe abriu os olhos e o coração e você encontrando-se com Deus encontrou a felicidade e você salvou a vida da sua sogra e a sua própria vida. Volte para casa e continue a ministrar o AMOR a todos e todos ficarão curados.

Amém      

 

Narrado por João Mateus