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Chegou o dia de Deus nos mostrar a sua misericórdia: “Eis o sinal que vos dou para que não percais de vista o Messias: um recém-nascido envolto em paninhos, posto numa manjedoura”.
Menino bom, não falais? Só falava como uma criança de dois dias. Para quê tanto silêncio? O Menino cala-se para te dar a entender, pecadorzinho, que, embora tenhas cometido pecados, não te chamará à sua presença como fez com Adão, não te assustará nem te repreenderá.
Encontrá-lo-ás tão mudo para repreender como agora para te falar. É a esta luz que devemos compreender este mistério: assim como exteriormente aparece na carne, do mesmo modo traz dentro de si a santa Divindade em mansidão.
Haverá alguém mais fraco e incapaz de fazer o mal do que um menino de dois dias? Desde quando uma criança de dois dias esbofeteou ou matou alguém? Não há nada que cause menos temor do que um recém-nascido.
Pois este é o mistério que celebramos nesta festa, não como as pessoas mundanas, mas em espírito, como Ele próprio disse: como verdadeiros adoradores em espírito e verdade (cf. Jo 4,23).
Irmãos, como por fora vedes a Humanidade, em virtude da santa Encarnação de Jesus Cristo e da sua Paixão, assim também deveis ver por dentro a Divindade.
Esta é a Divindade que, sem armas, diz:
“Não te farei mal, pecador, aproxima-te de mim. Do mesmo modo que não deves fugir de uma criança, também não deves fugir da minha Divindade. E como no meu corpo vês mansidão, igualmente deves vê-la na minha Divindade”.
Esta é a grandeza de Deus: tal como aparece externamente, assim é interiormente, tão manso e tão misericordioso.
Bendito seja esse Deus e bendita a sua misericórdia que a este dia nos deixou chegar, o dia da mansidão e da misericórdia de Deus!
Com votos de um santo e feliz NATAL
Gentileza de Hugo Ferreira Pinto – e-mail hugoap@terra.com.br