Cidadãos do Infinito




Maria Santíssima
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20/12/2012
APARIÇÕES NO MUNDO
Aparições de Nossa Senhora através da história - 40 d.C. até 1879


As aparições de Maria começaram no ano 40 d.C., ainda antes de sua morte, tendo-se dirigido primeiramente ao apóstolo Tiago, em Saragossa, Espanha. Ela apareceu a outros, a intervalos irregulares, nestes dois mil anos, desde que trouxe Jesus à luz. As características de suas aparições são bastante consistentes: ela usualmente aparece envolta num globo de luz puríssima, branca, trajando um longo vestido e trazendo sobre a cabeça um véu, cuja cor varia de acordo com o conteúdo de suas mensagens; seus pés sóem apresentar-se envoltos numa névoa ou nuvem; ocasionalmente, ela traz seu Filho nos braços. Certas aparições suas são precedidas de fenômenos incomuns, tais como relâmpagos e trovões vindos dum céu claro, aparições de seres angelicais ou nuvens de formas incomuns e significado religioso, como a cruz ou um portal; e outros eventos inexplicáveis.

Segue abaixo uma breve relação das aparições de Maria ao longo da História Cristã, na qual não pretendemos esgotar, mas sim representar suas aparições e os eventos sobrenaturais que as circundam.

 


Nossa Senhora do Pilar - Saragossa, Espanha (cerca de 40 d.C.)

Após a crucifixão, ressurreição e ascensão de Jesus, seus apóstolos começaram a divulgar a mensagem que Ele deixou por toda Israel e, pouco depois, pelo império romano. Um desses apóstolos, Tiago (o "Maior"), teria viajado para Oeste até à vila de Saragossa, a Nordeste da Espanha. Enquanto ali se encontrava, consta que Tiago teria ficado desanimado com o fracasso da sua missão. A tradição sustenta que, encontrando-se ele imerso em profunda oração, a Santa Mãe de Jesus lhe apareceu e entregou-lhe uma pequena estátua representando a si mesma esculpida em madeira e uma coluna de madeira de jaspe, e instruiu-o a erigir uma igreja em sua honra:

 

"Este local será minha casa, e esta imagem e esta coluna constituirão o nome e o altar do templo que você deve construir".

A coluna e a estátua ainda podem ser vistas, em ocasiões especiais, numa igreja que as têm sob guarda. Cerca de um ano após a aparição, Tiago logrou construir uma pequena capela em honra de Maria - a primeira igreja dedicada à Virgem Maria. Depois que Tiago retornou a Jerusalém, ele foi executado sob Herodes Agripa, cerca de 44 d.C. - o primeiro apóstolo a testemunhar sua fé com o martírio. Alguns dos seus discípulos recuperaram seu corpo e o levaram para ser sepultado na Espanha. A rainha local, observando os inúmeros milagres realizados pelos discípulos de Tiago, converteu-se ao cristianismo e permitiu que o corpo de Tiago fosse sepultado num campo local. Oito séculos depois, erigiu-se uma catedral sobre a sua tumba, depois que esta foi redescoberta por um eremita. Este encontrou o túmulo de S. Tiago após notar uma formação estelar incomum no céu. O local da catedral foi chamado Compostella (campo de estrelas) e é um local de peregrinação muito honrado até em nossos dias.

 


Santa Maria Maior - Roma, Itália (cerca de 352 d.C.)

Com grande parte do império romano convertido ao cristianismo, alguns romanos piedosos começaram a dedicar sua fortuna a honrar Maria e os Apóstolos, construindo santuários e igrejas a eles dedicados. Um desses nobres, João de Roma, e sua esposa decidiram honrar Maria de todas as formas a eles possíveis. Nos primórdios de Agosto, João e sua esposa tiveram ambos o mesmo sonho, onde Maria lhes aparecia e pedia-lhes que mandassem construir uma igreja numa das sete colinas de Roma - a Esquiline. João decidiu contar o sonho ao Papa, Liberius; quando o fez, este relatou-lhe haver tido o mesmo sonho. A 5 de Agosto dirigiram-se ambos à colina de Esquiline, em cujo topo encontraram neve, desenhando o contorno duma igreja. Iniciaram imediatamente a construção duma igreja, obedecendo ao esboço sugerido pela neve. Esta é a origem da Basílica de Santa Maria Maior, em Roma, que comemora sua fundação nesse dia de 5 de Agosto.

 


Nossa Senhora de Walsingham - Walsingham, Inglaterra (cerca de 1061 d.C.)

A presença de Maria na Inglaterra começou com três visões recebidas por Lady Richeldis de Faverches, uma viúva que viveu em Walsingham. Nessas visões, Nossa Senhora mostrou a Lady de Faverches a casa em Nazaré onde o Anjo Gabriel lhe anunciara a maternidade do Filho do Altíssimo. A Santa Mãe pediu a Lady de Faverches que construísse ali uma réplica de sua casa em Nazaré, e que fosse dedicada como um memorial da Anunciação à Maria e da Encarnação de Nosso Senhor Jesus Cristo. Maria prometeu:

"Deixe que todos os que estão em sofrimento ou necessidade me procurem naquela pequena casa que você mantém para mim em Walsingham. A todos que ali me buscarem será dado socorro".

Na Idade Média, Walsingham tornou-se um dos centros de peregrinação mais concorridos de toda a Europa. Construiu-se uma igreja em torno da casa, para protegê-la dos elementos. Muitos reis ingleses conduziram peregrinações a Walsingham. O último desses reis foi Henrique VIII, que realizou três peregrinações a esse local, antes de romper com a Igreja Católica em 1534 e formar a Igreja Nacional da Inglaterra. Henrique ordenou a destruição de todos os santuários e locais de adoração católicos. A igreja de Walsingham e a casa dentro dela não escaparam à sanha de destruição daquela época. A estátua de Maria que residia na casa foi queimada alguns anos depois.

A Santa Casa de Walsingham só foi reconstruída na década de 1920, sob a direção de Alfred Patten, um sacerdote anglicano. A Igreja dos Chinelos, cujo nome remonta ao uso, na Idade Média de removerem-se os sapatos para andar-se a pé descalço desta à Santa Casa, que pouco dela distava, logrou escapar ilesa da destruição da Reforma. Esta capela tornou-se o Santuário Católico de Nossa Senhora na Inglaterra. Ambos os locais tornaram-se novamente alvos de peregrinações.

 


Nossa Senhora do Rosário - Prouille, França (1208)

Domingos de Gusmão era um pregador espanhol que combateu no sudeste da França a heresia albigense, a qual estava se difundindo rapidamente. Em 1208, enquanto rezava na capela de Prouille, apareceu-lhe Maria e deu-lhe o Rosário, instando-o a que o pregasse a toda gente, como remédio contra a heresia e o pecado. A base factual desses eventos é questionável; de toda forma, Domingos de Gusmão fundou uma ordem de frades pregadores, a qual eliminou a heresia albigense e fundou mosteiros em todo o mundo. Sua ordem é comumente referida como dos Dominicanos.

Nossa Senhora do Monte Carmelo - Aylesford, Inglaterra (1251)

A contínua influência de Maria no desenvolvimento do Cristianismo na Inglaterra evidenciou-se novamente quando de sua aparição a Simão Stock, que ingressou na ordem religiosa de Nossa Senhora do Monte Carmelo, quando peregrinava à Terra Santa. Em sua aparição a Frei Stock, Maria confiou-lhe o Escapulário Marrom (duas peças do tecido marrom usualmente empregado na confecção do hábito dos monges, bordadas com uma imagem de Nossa Senhora do Monte Carmelo e pregadas juntas por um cordão - usado sobre os ombros, fica uma peça sobre o peito e a outra às costas do fiel):

"Meu amado filho, recebe este escapulário para a tua Ordem. Ele é sinal de um especial privilégio que obtive para ti e para todos os filhos de Deus que me honrarem como Nossa Senhora do Monte Carmelo. Os que morrerem devotamente vestidos com este escapulário serão preservados do fogo eterno. O escapulário marrom é penhor de salvação. O escapulário marrom é um escudo em tempo de perigo. O escapulário marrom é sinal de paz e proteção especial, até o fim dos tempos".

Após esta aparição, Frei Stock dedicou-se ao estabelecimento de comunidades carmelitas junto às cidades universitárias da Inglaterra, França e Itália. Ele tornou-se o Superior-Geral de sua Ordem, alguns anos após a aparição de Nossa Senhora. Até bem recentemente, o escapulário marrom foi um dos símbolos religiosos mais usados, de dedicação pessoal à missão de Maria expressa em suas últimas palavras registradas na Bíblia (João 2,5). Desde a década de 1960, entretanto, a promoção e utilização de qualquer tipo de símbolo devocional mariano declinou notavelmente.

 


A Madona Negra Czestochowa, Polônia (1382)

A Madona Negra é uma pintura de Nossa Senhora com o Menino Jesus, cuja lenda atribui a sua autoria ao Evangelista S. Lucas. Acredita-se que S. Lucas a pintou sobre um tampo de madeira duma mesa feita por Jesus carpinteiro. Teria sido enquanto posava para Lucas que Maria relatou-lhe os pormenores da Anunciação e da infância de Jesus que Lucas mais tarde incorporaria ao seu evangelho. A pintura apareceria novamente em 326 d.C., quando Sta. Helena a teria localizado em Jerusalém, por ocasião de uma peregrinação à Terra Santa. Ela presenteou a pintura a seu filho, o Imperador Constantino, que mandou construir para ela um santuário em Constantinopla. Numa batalha crítica contra os sarracenos, a pintura foi exibida sobre os muros da cidade, e os sarracenos foram então derrotados. O crédito da salvação da cidade foi atribuído à pintura.

Mais tarde, ela passou às mãos de Carlos Magno, que depois a presenteou ao príncipe Léo da Rutênia (Hungria). Ela permaneceu no palácio real da Rutênia até à invasão do séc. XI. O rei orou à Nossa Senhora para que auxiliasse seu pequeno exército; em resposta às suas súplicas, uma densa escuridão desceu sobre as tropas inimigas, as quais, em sua confusão, começaram a atacar-se mutuamente. A Rutênia foi salva, devido a esta intervenção. No séc. XIV, ela foi transferida para o Monte de Luz (o Santuário de Jasna Gora), na Polônia, em resposta a uma solicitação feita num sonho ao príncipe Ladislau de Opola.

Esta história legendária passou a ser melhor documentada a partir do príncipe Ladislau. Em 1382, invasores tártaros atacaram a fortaleza do príncipe em Belz. No curso deste ataque, uma seta tártara atingiu a pintura, alojando-se na garganta da Madona. O príncipe, temendo que ele próprio e a pintura famosa viessem a cair em mãos dos tártaros, fugiu durante a noite, refugiando-se na cidade de Czestochowa, onde a pintura foi alojada numa pequena igreja. A seu tempo, o príncipe fez construir um mosteiro paulino e uma igreja, a fim de abrigar em segurança a imagem. Em 1430, os hussitas invadiram o mosteiro e tentaram levar o retrato. Um dos invasores atingiu duas vezes a pintura com sua espada, mas antes de desferir uma terceira estocada, caiu ao solo em agonia e morreu. Tanto os cortes a espada como a perfuração pela seta são ainda visíveis no quadro.

Mais tarde, em 1655, a Polônia foi quase que totalmente tomada pelas forças do rei da Suécia, Carlos X. Apenas a área em torno do mosteiro remanesceu inconquistada. De algum modo, os monges lograram resistir a um cerco de quarenta dias, até que a Polônia rechaçou os invasores de todo o seu território. Após esta notável seqüência de eventos, Nossa Senhora de Czestochowa tornou-se o símbolo da unidade nacional e foi coroada Rainha da Polônia. O rei da Polônia colocou oficialmente o país sob a proteção de Nossa Senhora. Uma lenda mais recente em torno da pintura envolve a ameaça de invasão da Polônia pela Rússia. Em 1920, o exército russo foi avistado manobrando maciçamente nos bancos de areia do rio Vistula, ameaçando Varsóvia, quando uma imagem da Virgem apareceu nas nuvens sobre a cidade. As tropas russas retiraram-se à sua vista.

Ao longo dos séculos, muitos foram os testemunhos de curas e outros fenômenos milagrosos ocorridos com fiéis que peregrinaram à pintura. Ela é conhecida como "A Madona Negra" por causa da fuligem acumulada sobre a sua superfície, fruto de séculos de velas votivas queimadas junto a ela. Com o declínio do comunismo na Polônia, as peregrinações à Madona Negra aumentaram notavelmente.

 


Nossa Senhora de Guadalupe - Guadalupe, México (1531)

A descoberta do Novo Mundo trouxe consigo tanto caçadores de fortunas como pregadores religiosos, ansiosos por converter as populações indígenas à fé cristã. Um dos convertidos era um pobre índio asteca, chamado Juan Diego. Numa de suas idas à capela, Juan caminhava por uma colina, de Tepayac, no México Central. Perto da Colina de Tepayac, ele encontrou uma bela Senhora, cercada dum círculo de luz brilhante como o sol. Falando o idioma de Juan Diego, a bela Senhora identificou-se:

"Juanito, menor dos meus filhos, fica sabendo que sou Maria, sempre Virgem, Mãe do Deus verdadeiro que dá vida e mantém a existência. Ele criou todas as coisas. Ele está em todos os lugares. Ele é o Senhor do Céu e da Terra. Eu desejo que seja construído um templo para mim neste lugar, onde o teu povo possa experimentar a minha compaixão, auxílio e proteção. Todos os que sinceramente pedirem a minha ajuda em suas tribulações e dores conhecerão meu Coração Maternal neste lugar. Aqui eu verei as suas lágrimas; consolá-los-ei e eles encontrarão paz. Por isso, corre agora a Tenochtitlan e conta ao Bispo tudo o que aqui viste e ouviste".

Juan, que à época contava 56 anos de idade e que nunca tinha estado em Tenochtitlan, respondeu imediatamente ao pedido de Nossa Senhora. Ele foi ao palácio do Bispo Frei Juan de Zumarraga e solicitou uma imediata entrevista. Os empregados do Bispo, suspeitosos do camponês, fizeram-no esperar por horas a fio. Por fim, quando foi recebido, o Bispo disse-lhe que tomaria em consideração o pedido de Nossa Senhora e convidou Juan Diego a visitá-lo novamente, se assim o desejasse. Juan Diego sentiu-se desapontado com a resposta do Bispo e considerou-se indigno da missão. Ele retornou à colina onde primeiramente havia encontrado a Senhora, e ali encontrou-a já à sua espera. Ele suplicou-lhe que enviasse alguém mais capacitado ao Bispo. Ela respondeu-lhe:

"Ouve, filho meu, o mais desamparado: sabe em teu coração que não são poucos os meus servidores e mensageiros, a quem posso dar o encargo de levar o meu pensamento e minha palavra para que cumpram minha vontade. Mas é de absoluta necessidade que sejas tu mesmo a ir e a falar disso, e que precisamente com tua mediação e ajuda se faça realidade meu desejo e minha vontade".

Instruiu-o então a que retornasse ao Bispo no dia seguinte e repetisse o pedido. No Domingo, após esperar novamente por horas, Juan encontrou-se com o Bispo, o qual solicitou-lhe que pedisse à Senhora uma prova do quem era. Juan determinou-se a obter um sinal da Senhora do Céu, que o enviara.

Desafortunadamente, Juan não pode retornar ao local de encontro, pois encontrara seu tio, Juan Bernardino, doente de varíola e nas últimas. Juan ficou a seu lado, para socorrê-lo. Após dois dias, estando seu velho tio à morte, Juan deixou sua cabeceira em busca de um sacerdote. Juan tinha que atravessar a Colina de Tepayac para chamar o sacerdote. Com receio de ser retardado pela Senhora, evitou o caminho onde a encontrara outras vezes. Mas Aquela que a todos vê, veio do cume diretamente em sua direção. Perguntou-lhe aonde ia, e uma vez inteirada das suas intenções e problemas, disse-lhe:

"Ouve e guarda em teu coração, filho meu, o mais desamparado: é nada o que te assusta e abate; não te perturbes, não temas essa enfermidade, nem qualquer outro padecimento ou algo angustioso. Acaso não sou eu a tua Mãe? Não estás sob minha sombra e proteção? Acaso não sou eu a tua fonte de vida? Não estás na dobra do meu manto, justamente onde cruzo os meus braços? Que nada te angustie nem te cause amarguras. Que a enfermidade de teu tio não te aflija. Porque não há de morrer dessa doença. Crê no teu coração que ele já está curado". (Naquele mesmo instante, seu tio foi curado, como se soube depois.)

Juan creu e acalmou-se. Falou à Senhora do sinal exigido pelo Bispo. Ela então o instruiu:

"Sobe, filho meu, o mais desamparado, colina acima, e ali onde me viste e onde te dei ordens, nesse mesmo lugar verás diversas flores desabrochadas; corta-as, junta-as, reúne-as em teu manto, e desce logo para cá, trazendo-as a mim".

Embora estivesse gelado na encosta da montanha, Juan obedeceu às instruções de Maria e dirigiu-se ao topo da montanha, onde encontrou uma florada de rosas de Castela. Ele as colheu e envolveu em sua tilma (um manto feito de fibras de cactos), para levá-las a Maria. Esta rearranjou as rosas na tilma e ordenou-lhe:

"Filho meu, o mais desamparado, essas flores são a prova, o sinal que levarás ao Bispo. Dirás a ele que nelas veja o que eu quero e com isso realize a minha vontade. Tu és o meu embaixador, em ti ponho a minha confiança. Ordeno-te fortemente que só na presença do Bispo abras a tua manta e descubras o que levas. Contarás tudo, dirás a ele como te mandei subir ao topo da colina e tudo o que viste e admiraste. Com isso vais mudar o coração do senhor Bispo, para que faça o que estiver ao seu alcance para erguer o templo que lhe pedi".

No palácio, Juan apresentou-se novamente diante do Bispo e de vários dos seus assessores. Ele contou-lhe sua história e abriu o manto, deixando caírem as flores. Mas não foi à vista das flores que o Bispo e seus assessores caíram de joelhos; mas sim diante da imagem de Nossa Senhora, exatamente como Juan a descrevera, impressa no manto. No dia seguinte, após deixar a tilma na Catedral, Juan levou o Bispo ao local onde ele encontrara Maria. Ele retornou então à sua vila, onde encontrou seu tio completamente curado. Este contou-lhe que fora visitado por uma bela Senhora, cercada de suave luz, que lhe contou que enviara seu sobrinho a Tenochtitlan com uma pintura de si mesma. Ela disso ao tio:

"Chame-se a mim e à minha imagem 'Virgem Santa Maria de Guadalupe'".

Acredita-se que a palavra Guadalupe seja uma corruptela da tradução espanhola de uma palavra indígena que no dialeto local soava como "Coatlaxopeuh" ou "Coatlalloppe", que quer dizer "a que esmaga a serpente com o pé"!

Nos seis anos seguintes às aparições de Nossa Senhora de Guadalupe, seis milhões de astecas converteram-se ao Catolicismo. A tilma mostra Maria como a Mãe de Deus: ela se apresenta grávida de seu Divino Filho.

[N.T.: A capela pedida por Nossa Senhora a Juan Diego foi construída por espanhóis e índios conjuntamente, sendo inaugurada a 26 de dezembro de 1531, apenas duas semanas após a imagem de Nossa Senhora ficar miraculosamente estampada na tilma de Juan Diego. Este foi encarregado da guarda da Imagem, recebendo os milhares de peregrinos até o fim de seus dias.]

Desde que foi impressa com a imagem da Mãe de Deus, a tilma de Juan Diego foi exposta a uma série de perigos, desde a fuligem das velas, passando por enchentes e, em 1921, um atentado a bomba, perpetrado por forças anticlericais. A bomba foi colocado sob um altar. Junto à tilma uma cruz de ferro maciço ficou toda retorcida; o mármore do altar ficou seriamente danificado; mas a tilma remanesceu intocada! Com efeito, ninguém se feriu no atentado, embora o altar tivesse ficado seriamente danificado.

[N.T.: É surpreendente que todas as pesquisas realizadas com tilmas semelhantes indicassem que elas em nenhuma hipótese poderiam durar mais que trinta anos; a de Juan Diego permanece intacta desde 1531!]

Em 1977, a tilma foi examinada com novas técnicas, envolvendo a fotografia com infravermelho e recursos digitais. À diferença das demais pinturas, a tilma não mostra qualquer vestígio de um esboço anterior à pintura. Mais ainda, a técnica empregada é ainda desconhecida. A imagem é inexplicável tanto em sua técnica como em sua longevidade.

[N.T.: Do livro de Mafalda Pereira Böing, "Guadalupe, a Mãe de Deus nas Américas" (Ed. Loyola, SP, 1995, pp. 40-45) retiramos as seguintes conclusões dos cientistas:

  • À pintura original foram feitos acréscimos, claramente por um pintor de origem indígena, asteca, e por um espanhol.
  • Os acréscimos, facilmente identificáveis, deterioram-se com o tempo, enquanto que a pintura original não se altera.
  • As tintas originais (o azul do manto, o rosa do vestido...) têm brilho, luminosidade e translucidez únicos. Não são conhecidas nem passíveis de reprodução.
  • O mesmo é dito da técnica empregada: a pintura original não foi feita por mãos humanas.
  • O rosto da Virgem (assim como as mãos) é incomparável: não foi desenhado e nem pintado; é como se fizesse parte da própria trama do tecido, da qual aproveita diferentes espessuras e irregularidades para produzir o sombreado, a linhas do nariz, boca e olhos, que emprestam brilho e profundidade à fisionomia. A impressão varia conforme se aproxime ou afaste o observador (um efeito somente comparável ao que, na natureza, encontra-se na plumagem de certas aves e nas asas dalgumas borboletas).
  • Os olhos: fotografados em 1929, revelaram a imagem invertida (como a que se produz nos olhos humanos) de um índio e outras figuras humanas. Este achado veio a público somente em 1951. Em 1956, especialistas oftalmologistas examinaram os olhos da pintura, que se revelaram a seus instrumentos como verdadeiros olhos humanos, vivos. Experimentos e pesquisas levados a cabo mais tarde pela NASA trouxeram revelações espantosas: vêem-se nos olhos de Nossa Senhora um índio desdobrando sua tilma diante dum franciscano; o franciscano mesmo, em cujo rosto pode-se distingüir uma lágrima! E ainda um camponês, um índio, uma mulher (provavelmente uma criada negra) um homem e uma mulher brancos, alguns meninos índios e alguns religiosos franciscanos.]
  • Ela se encontra hoje numa grande catedral, capaz de abrigar até dez mil romeiros. Esse é, sem dúvida, o local mais popular de peregrinação em todo o Hemisfério Ocidental.

     


    Nossa Senhora da Medalha Milagrosa - Paris, França (1830)

    No verão de 1830, uma jovem noviça das Irmãs de Caridade foi acordada por uma criança aparentando cinco anos de idade, vestida de branco, que a chamou:

    "Catarina, Catarina, acorda! Vem à capela; a Virgem Maria espera por ti".

    Catarina Labouré, que entretinha um ardente desejo de encontrar-se com a Virgem Maria, decidiu-se a seguir a criança até à capela. Pelos corredores e na capela, as velas estavam acesas, como se fosse a Missa de Natal. Cerca de meia hora depois, Catarina ouviu como que o farfalhar dum vestido de seda. Levantando os olhos, avistou-se com uma bela jovem cercada de luz, a qual encontrava-se sentada na cadeira do Padre Diretor. A criança que a conduzira à capela disse-lhe: "Eis a Virgem Maria!" Catarina ajoelhou-se aos pés de Maria, pousando suas mãos sobre o seu colo. Maria disse-lhe:

    "Minha filha, o bom Deus deseja confiar-te uma missão. Tu terás muito que sofrer, mas sobrepujarás esses sofrimentos pela consciência de que o que te é pedido é pela glória de Deus. Tu saberás o que o bom Deus deseja. Serás atormentada, até que confies o que te for pedido ao teu diretor espiritual. Serás então contradita, mas não temas, pois a graça te sustentará. Comunica-lhe com confiança tudo o que se passar dentro de ti. Diz-lhe tudo com simplicidade. Tem confiança. Não temas".

    No curso deste encontro com Maria, Catarina foi informada de ocorrências futuras. Maria disse-lhe:

    "Estes são tempos difíceis. Dores se abaterão sobre a França; o trono será esmagado. O mundo inteiro será transtornado por todo tipo de misérias."

    Após essa aparição, Catarina escreveu "dentro de quarenta anos" ao referir-se a esta profecia. Cinco meses depois, a 27 de Novembro de 1830, Catarina teve uma nova visão. Desta feita, Maria apareceu-lhe inteiramente vestida de branco, trazendo nas mãos um globo encimado por uma cruz dourada. O globo, segundo lhe foi explicado, representava o mundo inteiro - especialmente a França - e cada pessoa em particular. Maria estava ao centro de um globo de luz branca; com os pés calcava a cabeça duma serpente. Relata Santa Catarina: "a Senhora tinha os dedos cobertos de anéis e pedrarias preciosas de indizível beleza, dos quais despendiam-se raios luminosos em todas as direções, envolvendo ao Virgem numa oval luminosa de extraordinário esplendor". Depois, como se não pudessem com o peso das graças, os braços de Maria se abaixaram e abriram, na atitude graciosa que se vê na Medalha Milagrosa. Formou-se então em torno da Virgem um quadro onde se liam em letras de ouro estas palavras: "Ó Maria concebida sem pecado, rogai por nós, que recorremos a Vós". Catarina ouviu então Maria confiar-lhe a seguinte missão: "Manda cunhar uma medalha por este modelo: as pessoas que a usarem receberão grandes graças; hão de ser abundantes as graças para os que a trouxerem com confiança". Neste momento, a imagem pareceu virar-se e Catarina viu o reverso da Medalha: a letra "M" encimada por uma cruz e sob ela dois corações, um coroado de espinhos e o outro trespassado por uma espada.

    Após ouvir Catarina contar pormenorizadamente estas aparições, seu diretor espiritual, o Pe. Aladel, ainda entretinha dúvidas quanto à sua veracidade. Ele entrevistou-se com o Arcebispo e, após deliberarem, este autorizou a cunhagem da Medalha, não havendo encontrado nada contrário à fé em coisa alguma que Catarina tivesse experienciado ou dito. Em poucos meses, uma verdadeira avalanche de curas e conversões espirituais eram atribuídas à Medalha - tantas, que esta recebeu o apelido de "Medalha Milagrosa".

    Catarina retornou a uma vida de obscuridade entre as Irmãs de Caridade (tendo ainda dado testemunho de fé inquebrantável por ocasião do ataque das tropas revolucionárias contra o convento, à época por ela mesma antecipada), vindo a falecer em 1876 [N.T.: seu corpo permanece incorrupto até hoje, como que a testemunhar seu chamamento invulgar.] Ao tempo de sua morte, milhões de medalhas eram usadas por fiéis no mundo inteiro.

     


    Nossa Senhora de Lourdes - Lourdes, França (1858)

    Maria apareceu a uma pobre, emaciada adolescente de quatorze anos de idade que vivia nos Pirineus, num tempo de convulsão na França. A 11 de Fevereiro, uma Quinta-feira, Bernardette Soubirous, sua irmã Marie e uma outra amiga dirigiram-se a um riacho próximo, em busca de lenha para o fogo. Enquanto sua irmã e a amiga cruzaram o rio para procurar lenha na outra margem, Bernardette, devido à sua frágil saúde, permaneceu em terra seca. Ouviu então um forte som, como que de uma tempestade, vindo duma gruta próxima, conhecida como Massabielle. À entrada da gruta havia uma touceira, que se movia como que agitada por forte vento, o qual não se percebia noutro lugar. No interior da gruta, Bernardette divisou uma nuvem dourada, e logo após uma jovem e bela Senhora, que veio até à entrada da gruta, pairando acima da touceira. A Senhora sorriu para Bernardette e acenou-lhe para que se aproximasse. Perdendo todo o medo, Bernardette caiu de joelhos para rezar o Rosário. Após haverem ela e a Senhora completado as orações (das quais a Senhora somente proferiu os Pai-Nosso e Glória), a Senhora deslizou lentamente para o interior da gruta e desapareceu.

    Bernardette experienciou dezoito visitas de Maria, ao longo de seis meses; só conheceu a sua identidade na última aparição. Nesta, Maria instruiu Bernardette a que cavasse na lama e se banhasse e bebesse dela. Do buraco mais tarde brotou uma fonte, à qual se atribuem muitas curas. Maria pediu a Bernardette que solicitasse ao pastor local, O Cura Peyramale, a construção de uma capela em honra de suas aparições ali. O Cura acusou Bernardette de mentir sobre as aparições; diante da insistência desta, exigiu que descobrisse junto à Senhora sua identidade e que esta fizesse florir, a título de sinal, a touceira à entrada da gruta. A 25 de Março, Festa da Anunciação, Maria atendeu às solicitações do Cura, revelando a Bernardette (que tinha recebido muito pouca instrução religiosa): "Eu sou a Imaculada Conceição". Com essas palavras, Maria confirmou o que o Papa havia declarado como Doutrina Oficial da Igreja (dogma Católico) havia apenas quatro anos: um conhecimento muito improvável para uma jovem simples, da zona rural da França.

    As aparições foram declaradas autênticas em 1862, e Lourdes tornou-se rapidamente um dos maiores locais de peregrinação do mundo. Milhares de curas de todos os tipos de enfermidades, físicas e espirituais, foram verificadas. Uma clínica para auxílio dos milhões de peregrinos que se dirigem a Lourdes funciona até hoje.

    Bernardette retornou a uma vida de obscuridade. Tornou-se uma das Irmãs de Notre Dame em Nevers e morreu em 1879, após longa e dolorosa enfermidade. Foi declarada santa em 1933, não por causa das aparições, mas em vista de sua dedicação a uma vida de simplicidade e serviço.

     

    Nossa Senhora de Knock - Knock, Irlanda (1879)

    County Mayo ficava no centro duma região da Irlanda que sofreu grandemente na década de 1870. Fome e imigrações forçadas eram o quotidiano daqueles a quem o Senhor enviou novamente Sua Mãe, em socorro de seus filhos oprimidos.

    21 de Agosto de 1879 era mais um dia cinzento em County Mayo. Ao cair da noite, Margaret Beirne, uma moradora da Vila de Cnoc Mhuirek foi enviada por seu irmão para trancar a igreja para o pernoite. Após haver desimcumbido a tarefa e dispondo-se a retornar à casa notou uma estranha luz sobre a igreja. Entretida, porém, com outros pensamentos, nada mencionou a outras pessoas. Por essa época, outro membro da família Beirne, Mary, retirando-se da igreja na companhia da encarregada da faxina, Mary McLoughlin, num ponto da estrada donde podiam divisar claramente a igreja e seus arredores, Mary O'Beirne virou-se para sua companheira e notou: "Oh, veja as estátuas! Como você não me contou que o Padre adquiriu novas estátuas para a capela?". Sua companheira nada sabia de novas estátuas; decidiu olhar mais de perto. Ao aproximarem-se da capela, Mary O'Beirne notou: "Mas não são estátuas; estão se mexendo. É a Virgem Maria".

    O que elas e treze outras pessoas viram no lusco-fusco foi uma bela mulher, vestida de branco, trazendo na cabeça uma grande coroa brilhante. Suas mão estavam postas como que em oração. Todos os que a viram identificaram-na como sendo Maria, a Mãe de Jesus e Rainha dos Anjos.

    À sua direita encontrava-se S. José, sua cabeça inclinada na direção dela. À sua esquerda estava S. João Evangelista, trajado como um bispo. À esquerda de S. João havia um altar, sobre o qual havia um carneiro e uma cruz, cercados de anjos. Tudo isso foi observado na parede da igreja, numa nuvem de luz; a aparição durou cerca de duas horas. Outros vilões, que não estavam envolvidos com a aparição, relataram, outrossim haverem observado uma brilhante luz em torno do local onde se situava a igreja. Muitas curas inexplicáveis foram associadas a visitas à igreja de Knock.

    A resposta da Igreja a esta série de eventos foi tipicamente circunspecta. Foi formada uma comissão para coleção de testemunhos dos que alegavam ter visto a aparição e manteve-se registro de curas presumíveis e matéria devocional até 1936. Por essa época, o chefe da diocese de Tuam, Arcebispo Gilmartin, autorizou a publicação dum panfleto afirmando a aparição de Knock.

     


    Autor: Bryan Walsh Tradução: Sílvia Maria Noel-Morgan.

     

     





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