Cidadãos do Infinito




Anjos e Santos da Igreja
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11/02/2012
O PODER DE SÃO MIGUEL ARCANJO
"Quem como Deus"?


Bendizei ao Senhor , mensageiros de Deus, heróis poderosos que cumpris suas ordens, sempre atentos à sua palavra. (Sl 102, 20)  

 

“Quem como Deus?”

 

Travou-se um combate no Céu: Miguel e os seus Anjos lutaram contra o Dragão. O Dragão e os seus anjos lutaram também, mas foram derrotados e perderam o seu lugar no Céu para sempre. Foi expulso o enorme Dragão, a antiga serpente, aquele que chamam Diabo e Satanás, que seduz o universo inteiro foi precipitado sobre a terra e os seus anjos foram precipitados com ele. Depois ouvi no Céu uma voz poderosa que dizia: «Agora chegou a salvação, o poder e a realeza do nosso Deus e a autoridade do seu Ungido, porque foi precipitado o acusador dos nossos irmãos, aquele que os acusava dia e noite diante do nosso Deus. Eles venceram-no, graças ao sangue do Cordeiro e à palavra do testemunho que deram, desprezando a própria vida, até aceitarem a morte. Por isso, alegrai-vos, ó Céus, e vós que neles habitais». (Apocalipse 12, 7-12ª)

 

“Miguel” em hebraico Mi-kha-el quer dizer “quem como Deus?”.

Era o protetor do antigo povo de Deus (Dan 10, 13.21), e que aparece agora como patrono e defensor da Igreja, o novo povo de Deus.

 

“O Dragão”. É identificado, com a “antiga serpente” que tentou os primeiros pais, por isso se chama antiga; é “aquele que chamam Diabo e Satanás”. Diabo é um nome grego correspondente ao hebraico Xatan (aramaico xataná), que significa caluniador, acusador, adversário.

 

“Revesti-vos da armadura de Deus, para que possais resistir às ciladas do demônio. Pois não é contra homens de carne e sangue que temos de lutar, mas contra os principados e potestades, contra os príncipes deste mundo tenebroso, contra as forças espirituais do mal (espalhadas) no ares” (Ef 6,11-12).

 

A indicação que São Paulo fala dos demônios é muito precisa, porque os chama com o nome de sua ordem de classificação.

O diabo, como todo o mundo angélico ao qual fazia parte, é um espírito; não possui um corpo, não é sensível, deve se servir de uma forma fictícia, que assume de acordo com o que vai provocar. (Padre Gabriele Amorth).

 

O grande comentador das Sagradas Escrituras, Pe. Cornélio a Lapide, jesuíta do século XVI, escreve:

"Muitos julgam que Miguel, tanto pela dignidade de natureza, como de graça e de glória é absolutamente o primeiro e o Príncipe de todos os anjos. E isso se prova, primeiro, pelo Apocalipse (12, 7), onde se diz que Miguel lutou contra Lúcifer e seus anjos, resistindo à sua soberba com o brado cheio de humildade:

 

Quem (é) como Deus? Portanto, assim como Lúcifer é o chefe dos demônios, Miguel o é dos anjos, sendo o primeiro entre os serafins. Segundo, porque a Igreja o chama de Príncipe da Milícia Celeste, que está posto à entrada do Paraíso. E é em seu nome que se celebra a festa de todos os anjos. Terceiro, porque Miguel é hoje ao cultuado como o protetor da Igreja como outrora o foi da Sinagoga. Finalmente, em quarto lugar, prova-se que São Miguel é o Príncipe de todos os anjos, e por isso o primeiro entre os Serafins, porque diz São Basílio na Homilia De Angelis: ‘A ti, ó Miguel, general dos espíritos celestes, que por honra e dignidade estais posto à frente de todos os outros espíritos celestiais, a ti suplico...' ". ( Cornélio A LAPIDE, Commentaria in Scripturam Sacram, t. 13, pp. 112-114 )

 

 

 

A Santa Igreja Católica e São Miguel.

 

 

 

O pensamento da Igreja sobre São Miguel.

 

Desfraldai o estandarte do ilustre Arcanjo, repeti o seu grito:

 

“Quem é como DEUS?” (Pio XII em 8 de maio de 1940)

 

O pensamento da Igreja, a família de DEUS, no Novo Testamento, acerca da ação de São Miguel em serviço deste povo, como encarregado do Altíssimo para o defender e guardar, está bem patente na liturgia universal segundo aquela norma consagrada: “LEX ORANDI, LEX CREDENDI”, isto é, a lei que rege a oração oficial da Igreja, aprovada pelo Sumo Pontífice, é a lei que rege a nossa crença.

 

Além de outros documentos sobre São Miguel, dos Papas antigos, Sua Santidade João Paulo II na sua visita de 24 de maio de 1987, ao Santuário de São Miguel, no Monte Gargano, na Itália, fez um discurso. Não é uma encíclica, mas mostra-nos o pensar da Igreja sobre a atualidade do culto ao Príncipe e grande Chefe dos Anjos, no mundo de hoje.

 

Após o encontro com a população, João Paulo II realizou uma breve visita ao Santuário de São Miguel Arcanjo, templo ali construído para recordar as 4 aparições de São Miguel numa gruta da localidade, nos anos 490, 492, 493 e 1656.

 

Sua Santidade João Paulo II faz eco neste discurso daquilo que os últimos Pontífices têm dito ao povo cristão para que recorra a São Miguel, nesta luta tremenda entre as forças do bem e do mal, chefiadas, respectivamente, pelo glorioso Arcanjo chefe dos exércitos do DEUS Altíssimo e satanás, chefe dos demônios, os anjos caídos. O triunfo final e completo será de São Miguel com os seus Anjos, como dizem as Escrituras santas, que pelejaram contra o dragão, o diabo e os seus seguidores, precipitando-os para sempre nos abismos infernais.

 

Sua Santidade Pio IX, de gloriosa memória, escreveu: “São Miguel é quem tem maior capacidade para exterminar as forças malditas, filhos de satanás, que juraram a ruína da sociedade cristã”.

 

Sua Santidade S. Pio X, disse em 18 de setembro de 1903: “DEUS, na primeira luta, venceu, servindo-se do Arcanjo São Miguel; devemos, portanto, acreditar firmemente que a luta atual terminará triunfante e também como outrora com o socorro e ajuda deste Arcanjo bendito”.

 

Foi por estar convencido da realidade desta terrível luta final, que o predecessor de S. Pio X, o grande Papa Leão XIII, mandou que obrigatoriamente no fim de todas as Missas rezadas, os sacerdotes rezassem a oração a São Miguel que ele mesmo compôs, fez publicar e enviadas aos Ordinários em 1886.

 

O Papa Pio XII, conhecido como Pastor Angélico, proclamou em 8 de maio de 1940, que era urgente hoje, mais do que nunca, recorrer à proteção de São Miguel, lembrando que ele é o protetor e o defensor da Igreja e dos fiéis, o guardião do Paraíso, o apresentador das almas junto de DEUS, o Anjo da Paz e o vencedor de satanás”.

 

 

A visão diabólica do Papa Leão XIII.

 

Muitos de nós recordamos que, antes da reforma litúrgica do Concílio Vaticano II, os celebrantes e os fiéis, no fim de cada Missa, ajoelhavam-se para rezar uma oração a Nossa Senhora (Salve Rainha) e outra a S. Miguel Arcanjo.

Reportamo-nos ao texto desta última porque é uma oração bonita que pode ser rezada por toda a gente para seu próprio benefício:

        

“São Miguel Arcanjo, protegei-nos no combate, sede nosso auxilio contra a malícia e ciladas do demônio. Exerça Deus sobre ele império, como instantemente vos pedimos, e Vós, Príncipe da milícia celeste, pelo divino poder, precipitai no Inferno a Satanás e os outros espíritos malignos que vagueiam pelo mundo para perder as almas. Amém”.

        

Como é que nasceu esta oração?

 

Transcrevo um artigo que foi publicado na revista: Ephemerides Liturgicae escrito pelo Pe. Domenico Pechenino em 1955, a págs. 58-59.

         Uma manhã, o grande Pontífice Leão XIII tinha celebrado a Santa Missa e estava a assistir a uma outra de ação de graças, como de costume.

De repente, viu-se ele virar energicamente a cabeça, depois de fixar qualquer coisa intensamente, sobre a cabeça do celebrante. Mantinha-se imóvel, sem pestanejar, mas com uma expressão de terror e de admiração, tendo o seu rosto mudado de cor. Adivinhava-se nele qualquer coisa de estranho, de grande.

        

Finalmente voltando a si, bate ligeira, mas energicamente com a mão, levanta-se. Dirige-se ao seu escritório particular. Os mais próximos seguem-no com preocupação e ansiedade. E perguntam-lhe em voz baixa: Santo Padre, não se sente bem? Precisa se alguma coisa? Responde: “Nada, nada”.

        

Daí a uma meia hora manda chamar o Secretário da Congregação dos Ritos, e estendendo-lhe uma folha de papel, manda fazê-la imprimir e enviar a todos os Ordinários do mundo. Que assunto continha? A oração que rezávamos no fim da missa com o povo, com a súplica a Maria e a invocação ardente ao Príncipe das milícias celestes, implorando a Deus que precipite Satanás no inferno.

        

Naquele escrito ordenava-se igualmente que as orações fossem rezadas de joelhos. Também foi publicado no jornal La Settimana del Clero, em 30 de Março de 1947, não sendo citada a fonte que deu origem à notícia. Será contudo notada a maneira insólita como esta oração, enviadas aos Ordinários em 1886, foi mandada rezar.

Para confirmar aquilo que o Pe. Pechenino escreveu, dispomos do testemunho irrefutável do Cardeal Natalli Rocca, que na sua carta pastoral para a Quaresma, emanada de Bolonha em 1946, diz:

“Foi mesmo Leão XIII quem redigiu esta oração. A fase (Satanás e os outros espíritos malignos) que vagueiam pelo mundo para perder das almas tem uma explicação histórica que o seu secretário particular Mons. Rinaldo Angeli, nos contou várias vezes:

Leão XIII teve verdadeiramente a visão de espíritos infernais que se adensavam sobre a cidade eterna (Roma); e foi desta experiência que nasceu a oração que ele quis toda a Igreja rezasse. Esta oração rezava-a ele com voz viva e vibrante: ouvimo-la muitas vezes na Basílica do Vaticano.

 

Mas isto não é tudo: ele escreveu também por suas próprias mãos um exorcismo especial que figura no Ritual Romano (ed. 1954, tit. XII, c.III, pág.863 e seg.). Recomendava aos bispos e aos sacerdotes que rezassem muitas vezes estes exorcismos nas suas dioceses e paróquias. Ele próprio o fazia muitas vezes durante o dia.

        

Também é interessante ter em conta um outro acontecimento que reforça ainda mais o valor desta oração que se rezava no fim de cada Missa. Pio XI quis que, ao serem rezadas estas orações, se pusesse uma intenção particular pela Rússia (alocução de 30 de Junho de 1930). Nesta alocução, depois de ter lembrado as orações pela Rússia que ele próprio tinha pedido a todos os fiéis a quando da festa do Patriarca S. José (19 de março de 1930) e, depois de ter lembrado a perseguição religiosa na Rússia, concluiu com estas palavras:

         “E para que todos possam sem fadiga e sem obstáculos continuar esta santa cruzada, decidimos que as orações que o nosso bem amado predecessor Leão XIII ordenou aos sacerdotes e aos fiéis que rezassem depois da Missa, sejam ditas por esta intenção particular, isto é, pela Rússia. Que os bispos e o clero secular e regular tomem ao seu cuidado informar os fiéis e aqueles que assistem ao Santo Sacrifício, e que não se esqueçam de lhes lembrar estas orações (Civiltà Cattolica, 1930, vol.III).

        

Conforme se pode constatar a presença aterrorizadora de Satanás foi claramente tida em conta pelo Pontífice; e a intenção que Pio XI, tinha acrescentado, visava mesmo o fundamento das falsas doutrinas difundidas no nosso século, que envenenaram não só a vida dos povos mas também dos próprios teólogos. Se a disposição tomada por Pio XI não foi respeitada, a falta deve-se àqueles a quem tinha sido confiada; inseria-se perfeitamente no âmbito dos avisos carismáticos que o Senhor havia dado à humanidade através das aparições de Fátima, embora mantendo-se independente desta: Fátima ainda era desconhecida do mundo. (Pe. Gabriele Amorth.)

 

O Exorcismo de Leão XIII, que nos mostra a ação nefasta do maligno, nos nossos dias, vê como é necessário recorrer à poderosa intercessão da Virgem Maria e de São Miguel, no ataque contra as forças do mal, quer se trate de males físicos como da alma. Inimigo dos homens, satanás tem inveja deles e ainda quando parece ajudá-los favorecendo-lhes uma vida de dinheiro, sensualidade e sorte, é sempre tendo em mira a sua condenação eterna.

 

 

Aparição de São Miguel Arcanjo

no Monte Gargano na Itália.

 

Nos fins do século V, quando na Cátedra de São Pedro regia a Igreja o Papa São Gelásio, um pastor que apascentava seu gado no alto do Monte Gargano, na Itália, província da Apúlia, querendo obrigar um novilho a sair de uma caverna onde se refugiara, desferiu lá dentro uma flecha, a qual retrocedeu com a mesma velocidade, vindo ferir quem a lançara.

 

Este fato causou admiração nos que presenciaram este acontecimento e a notícia foi longe e chegou também aos ouvidos do Bispo de Siponto, cidade que ficava no sopé da montanha.

 

Julgou ele tratar-se de algum misterioso sinal da parte de DEUS e ordenou um jejum de três dias em toda a diocese, pedindo ao SENHOR se dignasse revelar-lhe do que se tratava. DEUS escutou as orações do Prelado e, passados três dias, apareceu-lhe o Arcanjo São Miguel declarando-lhe que o SENHOR queria que a ele, Anjo tutelar da Igreja, e aos outros Anjos, se edificasse naquela caverna, onde se manifestou o prodígio, uma igreja em sua honra, para reavivar a fé e a devoção dos fiéis no seu amor e proteção, como Anjo custódio da Igreja Católica.

 

 

Tendo o Bispo comunicado ao povo a visão que tivera e o que lhe fora pedido, foi ele próprio, com muita gente, observar o local. Encontraram uma caverna espaçosa em forma de templo, cavada na rocha, com uma fenda natural na abóbada, de onde jorrava a luz que a iluminava. Nada mais era preciso que pôr um altar-mor para celebrar os Divinos Mistérios. Levantado o altar, o Bispo consagrou-o. Todos os povos vizinhos acudiram para a cerimônia cheios de alegria e a festa durou vários dias.

 

Nunca mais até hoje se deixou de celebrar ali a Santa Missa, como também os outros ofícios litúrgicos, e DEUS consagra este lugar através dos séculos, com graças e milagres de toda a espécie, em favor dos que lá acorrem, doentes de corpo e alma, mostrando quanto Lhe é grata a devoção em honra do glorioso arcanjo São Miguel que defendeu, quando da revolta de lúcifer, a fidelidade ao DEUS Uno e Trino, soltando este grito: QUEM É COMO DEUS?

 

 

O Santuário de São Miguel no Monte Gargano

 

O Santuário do glorioso Arcanjo na gruta do Monte Gargano, é considerado um dos mais célebres e devotos de todo o Mundo. A Igreja, para atestar este fato histórico, marcou para o Calendário Litúrgico Universal a Festa Comemorativa desta aparição, no dia 8 de maio. Esta festa foi obrigatória para toda a igreja até a nova reforma litúrgica após o Concílio Vaticano II. Atualmente, só é obrigatória na diocese de origem e em alguns calendários particulares.

 

O Monte Gargano onde está este santuário, fica perto do convento de Nossa Senhora da Graça, onde viveu e morreu o célebre estigmatizado Padre Pio de Pietrelcina, falecido há pouco, em odor de santidade.

 

 

Mais duas aparições no Monte Gargano

 

Dois anos depois da primeira aparição do Arcanjo São Miguel no Monte Gargano, quando da invasão da armada do rei godo Odoacro, São Lourenço, Bispo de Síponto, diocese a que pertencia Gargano, subiu ao local para pedir proteção a São Miguel que ali pedindo ao povo que o acompanhasse na oração e no jejum e se aproximasse dos Sacramentos da Confissão e da Comunhão.

 

Na aurora do dia 29 de setembro do ano 492, estando o Bispo em oração, apareceu-lhe São Miguel, prometendo-lhe a vitória mas dando ordens para que não se atacasse o inimigo antes das quatro horas da tarde, a fim de que o sol fosse testemunha do seu poder.

 

À hora fixada, os sipontinos saíram da cidade ao encontro dos bárbaros. O céu estava sereno. Mas eis que se ouviu um grande trovão, uma nuvem espessa cobriu o Monte Gargano. São Miguel desprendeu dessa nuvem flechas inflamáveis e fez compreender que a tempestade fustigava os bárbaros que, espavoridos, fugiram em debandada. Estas flechas não atingiram os sipontinos que perseguiam os invasores até perto de Nápoles.

 

O Bispo com o povo subiram à gruta do Arcanjo e todos viram, à entrada, os traços dos pés de um homem, gravados na rocha, indicando a presença de São Miguel. Com lágrimas nos olhos, todos beijaram comovidos estes traços, que eram testemunhas da presença angélica que os defendera.

 

 

Terceira Aparição

 

A terceira aparição de São Miguel deu-se deste modo: No dia 8 de maio de 493, São Lourenço, o Bispo de Siponto foi com o povo ao Monte Gargano, à entrada da gruta, para agradecer a DEUS, a aparição de São Miguel. Tinha um grande desejo de lá entrar para celebrar o Santo Sacrifício da Missa, mas por respeito, não entrou.

 

Como o Papa São Gelásio se encontrava numa localidade perto, onde fora no seu múnus pastoral, mandou-lhe emissários a expor-lhe o assunto de transformar a gruta num santuário.

 

O Santo Padre disse que se devia escolher o dia 29 de setembro, dia da vitória sobre os godos, para se dedicar a igreja localizada na gruta, fazendo dela um templo em honra a São Miguel e aos Anjos.

 

Recomendou que se fizessem preces públicas para conhecer a vontade do Arcanjo. Estas preces foram ouvidas e São Miguel apareceu pela terceira vez a São Lourenço, Bispo de Siponto, e disse: "Cessa de pensar mais, decide-te a consagrar a minha gruta que eu escolhi para meu domínio e que consagrei com os meus Anjos; tu verás os sinais ardentes desta consagração, a saber: a minha imagem colocado por mim, o altar edificado pelos Anjos, meu manto e minha Cruz. Esta noite, tu e mais sete bispos, entrareis na minha gruta para aí rezardes com a minha assistência. Amanhã celebrarás o Santo Sacrifício da Missa e comungarás com o povo. Haveis de ver quantas bênçãos espalharei neste tempo."

 

Tudo se fez como São Miguel recomendou. Penetrando na gruta, viram a imagem milagrosa de São Miguel lutando contra lúcifer, o altar armado com uma Cruz de cristal com cinco palmos, um manto cor de púrpura, símbolo do Amor de DEUS, e no fundo uma fonte milagrosa.

 

O Bispo celebrou a Missa, deu a Sagrada Comunhão ao povo. Em seguida, mais três altares foram consagrados na gruta. O Papa mandou então que este fato passasse a ser celebrado na Igreja Universal no dia 29 de setembro de cada ano.

 

Lugar sagrado e célebre

 

A Basílica de São Miguel no Monte Gargano, é a única no Mundo que ele próprio e os seus Anjos consagraram.

 

Este local é ainda hoje um dos mais célebres da cristandade e onde se realizam mais conversões e curas do corpo e da alma. A assistência religiosa está atualmente confiada aos filhos de São Bento, os monges beneditinos.

 

 

 

Muitos Sumos Pontífices têm ido em peregrinação a este Santuário, e no dia 24 de maio de 1987, ali esteve também o nosso Papa João Paulo II.

 

Revelações a uma fiel

 

Palavras ditas por JESUS CRISTO à Carmela de Milão, célebre carismática dos nossos dias, filha espiritual do célebre Santo Padre Pio de Pietrelcina, falecido em odor da santidade, já canonizado:

 

"Invoca muitas vezes o arcanjo São Miguel que se encontra à cabeça dos 9 coros angélicos, e que o meu Vigário, pela vontade do ESPÍRITO SANTO, quis estabelecer como defensor da Igreja. Dirige muitas vezes o teu pensamento para ele, porque grande é o seu poder e a sua força. Ele é o terror dos anjos rebeldes que venceu na terrível batalha dos Anjos bons contra os maus e que os precipitou no abismo.

 

Ele defendeu infatigavelmente a Igreja contra as heresias e ajuda toda a alma que o invoque com devoção e amor, a vencer as batalhas da vida, sobretudo, contra os demônios. Ele é o Arcanjo da humildade e alegra-se em ensinar a prática desta virtude aos homens que lhe pedem.

 

O seu brado: "QUEM É COMO DEUS?" que significa o seu nome, é mais adequado para exprimir a virtude tão necessária da humildade, que consiste no conhecimento da grandeza de DEUS ante o vosso nada. Pela sua intercessão pede a humildade para todos os homens da Terra.

 

Reza-lhe não só pela Igreja, mas também por todas as nações, para que ele de novo traga a paz ao Mundo, onde os demônios vão semeando uma horrenda carnificina. Estabelece-o como defensor da tua casa, para que ele afaste o maligno e todos os males, sejam eles quais forem."

 

As Crenças do povo cristão em são Miguel Arcanjo.

 

A Igreja tem permitido que as crenças nascidas da tradição cristã a respeito do glorioso Arcanjo São Miguel, tenham livre curso na piedade dos fiéis e na elaboração dos teólogos.

 

A primeira crença é a de que São Miguel era, no Antigo Testamento, o defensor do povo escolhido — Israel; e hoje o é do novo povo escolhido — a Igreja. Tal piedosa crença está em consonância com o que é dito no livro de Daniel: “Eis que veio em meu socorro Miguel, um dos primeiros príncipes... Miguel. que é o vosso príncipe” — isto é, dos judeus (10, 13 e 21). “Se levantará o grande príncipe Miguel, que é o protetor dos filhos do teu povo” — de Israel (12, 1). Essa crença é muito antiga, sendo já confirmada pelo Pastor de Hermas, célebre livro cristão do século II, no qual se lê: “O grande e digno Miguel é aquele que tem poder sobre este povo” (os cristãos). Ademais, tal crença é partilhada pelos teólogos e pela própria Igreja, que a manifesta de muitas maneiras.

 

A segunda crença geral é a de que São Miguel tem o poder de admitir ou não as almas no Paraíso. No Oficio Romano deste Santo no antigo Breviário, São Miguel era chamado de “Praepositus paradisi” — “Guarda do paraíso”, ao qual o próprio Deus se dirige nos seguintes termos: “Constitui te Principem super omnes animais suscipiendas”“Eu te constituí chefe sobre todas as almas a serem admitidas”. E na Missa pelos defuntos rezava-se: " Signifer Sanctus Michael representet eas in lucem sanctam” — "O ' Porta-estandarte São Miguel, conduzi-as à luz santa”.

 

A terceira crença, ou melhor, opinião, é a de que São Miguel ocupa o primeiro lugar na hierarquia angélica. Sobre este ponto há divergência entre os teólogos, mas tal opinião tem a seu favor vários Padres da Igreja gregos e parece ser corroborada pela liturgia latina, que se referia ao glorioso Arcanjo como "Princeps militiae coelestis quem honorificant coelorum cives” — "Príncipe da milícia celeste, a quem honram os habitantes do Céu"; e pela liturgia grega que o chama “Archistrátegos“, isto é, "Generalíssimo."

 

 

Por que Deus permite o mal?

 

Por que Deus permite as catástrofes mais ou menos freqüentes, as doenças, a morte, enfim? Como pode um pai deixar sofrer assim os seus filhos? Não tem Ele poder para impedir o mal? E se não Lhe falta poder, onde está a sua bondade, se não o impede?

 

Ensina São Tomás que Deus não permite o mal físico senão de um modo inteiramente acidental, como ocasião para os justos exercerem a virtude da constância, praticarem a caridade para com os menos favorecidos ou doentes, etc. Por outro lado, Ele permite alguns males físicos como pena devida ao pecado, como forma de  restabelecer a justiça ultrajada pelas faltas voluntárias.

 

Com relação à morte, longe de ser o termo da vida, ela é a passagem para uma nova vida, onde a felicidade é completa, sem mesclar de sofrimento e onde se atinge o Sumo Bem, que é o próprio Deus. Assim uns ressuscitarão para a felicidade completa e outros para a condenação eterna segundo nossa peregrinação por esta terra.

 

Quanto ao mal moral ou pecado, Deus não pode querê-lo nem mesmo indiretamente; mas Ele pode tirar, como do mal físico, algum bem, como por exemplo, do pecado do perseguidor a manifestação da constância dos mártires.

 

A possibilidade do mal moral — ensinam os filósofos — é ao mesmo tempo a conseqüência de um grande bem, a liberdade; e a condição de um bem ainda maior, o mérito.

 

As criaturas racionais (os anjos e os homens), por serem dotados de inteligência, possuem o livre arbítrio, a liberdade de escolher entre bens possíveis. A capacidade de livre escolha decorre da natureza inteligente desses seres, do conhecimento que eles têm de várias ações, de seus fins últimos e dos meios para chegar a eles. A liberdade mesmo imperfeita é a mais bela prerrogativa do ser racional; é pois digno da bondade divina tê-la concedido.

 

Deus não podia suprimir no anjo e no homem a possibilidade de fazerem o mal, a não ser recusando-lhes a liberdade ou dando-lhes liberdade incapaz de falhar; na primeira hipótese, eles ficariam rebaixados ao nível dos irracionais, o que seria indigno de criaturas espirituais; na segunda, eles se tornariam iguais a Deus, o que é um absurdo.

 

Deus quer que a criatura racional observe suas leis, não como o animal desprovido de razão, que age seguindo os meros instintos, mas moralmente e meritoriamente; ora, sem a possibilidade do mal moral, não haveria mérito na prática do bem, pois não há mérito senão se faz o bem podendo não fazê-lo.

 

Deus quis que os anjos e os homens fossem os agentes de sua própria felicidade ou se tornassem responsáveis pela própria desgraça, escolhendo por si mesmos se colaboravam ou não com a graça divina.

 

Quando os anjos pecaram e quando os homens pecam, fazem um uso desviado de sua liberdade; Deus, porém, não tolhe a liberdade de suas criaturas racionais em razão do seu uso desviado, porque é próprio a Ele criar e não destruir; seria contrariar-se a si mesmo fazer criaturas livres e depois tolher-lhes a liberdade quando a usam mal.  Por outro lado, a existência de seres racionais não-livres é absurda.

 

 

O mal, como conseqüência do pecado.

 

A estas considerações de ordem filosófica, o Cristianismo acrescenta os dados revelados por Deus. Estes não somente confirmam as descobertas da razão, conferindo-lhes uma certeza absoluta, mas, indo além, nos dão os meios de saber ao certo aquilo que de outro modo não passaria de mera suposição: como o mal manifestou concretamente entre os anjos e os homens.

 

O Cristianismo rejeita toda e qualquer forma de dualismo (dois deuses): tudo quanto existe provém de um só e único princípio, DEUS ÚNICO puro e bom.

 

Sendo Deus substancialmente bom e santo, tudo quanto provêm dele tem que ser, necessariamente, bom em si mesmo.  Por isso, todas as criaturas, em si mesmas, são boas e aptas para propósitos do Criador.

 

Assim, lemos no primeiro livro da Bíblia:

“E Deus viu toas as coisas que tinha feito. e eram muito boas” (Gen 1, 31).

O livro do Eclesiástico completa:

“Todas as obras do Senhor são boas e cada uma delas, chegada a sua hora, fará seu serviço" (Ecl, 39, 39).

E o livro da Sabedoria explicita:

“Deus não fez a morte, nem se alegra com a perdição dos vivos. Porquanto criou Êle criou todas as coisas para que subsistissem e não havia nelas nenhum veneno mortífero, nem o domínio da morte existia sobre a terra” (Sb, 1, 13-14).

 

Diz ainda a Escritura que “foi na soberba que teve início a perdição” (Tob 4, 14).

 

Parte dos anjos se revoltou contra Deus, e foram expulsos do Céu, transformando-se em demônios; do mesmo modo, nos primeiros pais desobedeceram o Criador com o pecado original perderam o estado de inocência e de integridade, sendo expulsos do Paraíso terrestre.
 

Como decorrência do pecado original, houve uma debilitação da natureza humana, tornando-se o homem mais vulnerável às paixões e às seduções do demônio, e mais inclinado ao pecado; em castigo desse mesmo pecado, Deus permitiu que o sofrimento se abatesse sobre o homem e a terra se lhe tornasse ingrata.

 

No Gênesis, depois da narração da primeira desobediência, vêm as palavras do Criador ao primeiro homem:

 

“Porque deste ouvidos à voz de tua mulher e comeste da árvore de que eu te tinha ordenado que não comesses, a terra será maldita por tua causa; tirarás dela o sustento com trabalhos penosos todos os dias da tua vida. Ela te produzirá espinhos e abrolhos” (Gen 3, 17-18).

 

E o inspirado autor do Eclesiástico escreve, numa alusão ao pecado original:

 

“Da mulher nasceu o princípio do pecado e por causa dela é que todos morremos" (Ecl 25, 33).

 

O Apóstolo São Paulo resume magnificamente essa doutrina sobre o pecado original, nos seguintes termos:

 

“Assim como por um só homem o pecado entrou no mundo e, pelo pecado, a morte, assim também a morte atingiu todos os homens, porque todos pecaram...Pois o salário do pecado é a morte” (Rom 5, 12, 23).

 

Em virtude da Redenção operada por Jesus Cristo, entretanto, o sofrimento e a morte podem ser aproveitados pelo homem como meio de aperfeiçoamento moral, de santificação. É assim que o mesmo São Paulo exclama: “A morte foi tragada na vitória ( de Cristo). Morte, onde está a tua vitória? Morte, onde está teu aguilhão?” E prossegue: “Sejam dadas graças a Deus, que nos dá a vitória por nosso Senhor Jesus Cristo. Por isso, meus irmãos amados, sêde firmes, constantes, progredi sempre na obra do Senhor, sabendo que o vosso esforço não é inútil no Senhor (1 Cor 15, 54-58).

 

Está esperança que nos dá a força para lutar contra a ação do mal em nós mesmos e no mundo. E é a doutrina a respeito do pecado original que nos esclarece quanto á origem histórica do mal e quanto ao verdadeiro sentido da presença do mal no mundo. Do contrário, o problema do mal ficaria insolúvel e nos atiraria no desespero da incompreensão e da revolta.

 

 

A queda dos anjos maus e rebeldes.

 


"Tu, desde o principio, quebraste o meu 

jugo, rompeste os meus laços e 

disseste: — Não servirei!”

 (Jer 2,20)

 

DEUS CRIOU OS ANJOS num alto estado de perfeição natural e além disso os elevou à ordem sobrenatural. É de fé que todos os espíritos angélicos foram criados bons.

 

Essa é uma conseqüência obrigatória da verdade de fé, de que todos os espíritos angélicos foram criados por Deus, atestada pelo símbolo niceno-constantinopolitano ( o Credo da Missa), o qual proclama: “Creio em Deus Pai Todo-poderoso, criador ... das coisas visíveis e invisíveis”; essa verdade foi ainda definida nos Concílios IV de Latrão e I Vaticano.

 

A Sagrada Escritura, com efeito, chama-os “filhos de Deus" (Jó 38, 7), “santos” (Dan 8, 13), “anjos de luz” (2 Cor 11, 14). Entretanto, os próprios Livros Sagrados se referem a “espírito imundos” (Lc 8, 29); “espíritos malignos” (Ef 6, 12); “espíritos piores" (Lc 11, 26); e outras expressões análogas.

 

Isto indica que certos anjos tornaram-se maus, tiveram sua vontade pervertida. Em suma: pecaram.

 

 

A batalha no Céu.

 

“Tu, desde o princípio, quebraste o meu jugo, rompeste os meus laços e disseste: — Não servirei!” (Jer 2, 20).

 

Este versículo do Profeta Jeremias sobre a revolta do povo eleito contra Deus tem sido aplicado à revolta de Lúcifer. Movimento de rebelião de Lúcifer “Não servirei!” — respondeu São Miguel com o brado de fidelidade: “Quem é como Deus!” (significado do nome Miguel em hebraico).

 

No apocalipse, São João descreve essa misteriosa batalha que então se travou no céu:

"E houve no céu uma grande batalha: Miguel e os seus anjos pelejavam contra o dragão, e o dragão com os seus anjos pelejavam contra ele; porém estes não prevaleceram e o seu lugar não se achou no céu. E foi precipitado aquele grande dragão, aquela antiga serpente, que se chama o Demônio e Satanás, que seduz todo o mundo; e foi precipitado na terra e foram precipitados com ele os seus anjos” (Apoc 12,7-9).

 

O próprio Jesus dá testemunho dessa queda: “Eu via Satanás cair do céu como um relâmpago” (Lc 10, 18). “(O Demônio) foi homicida desde o principio, e não permaneceu na verdade" (Jo 8,44).

 

 

Poder dos anjos bons sobre os demônios.

 

Ensina São Tomás que os anjos bons, mesmo que por natureza pertençam a uma hierarquia inferior à de algum demônio ( por exemplo em ralação a Satanás), sempre têm um domínio sobre os anjos decaídos.  Pois os anjos gozam de perfeição da amizade de Deus, da qual estão privados os demônio; e esta perfeição é superior à mera excelência natural, a única que permanecesse nos demônios ( Suma Teológica, 1,q. 109,a.4. )

        

Por isso observa o Cardeal Lepicier:  " A sabedoria de Deus torna-se ainda mais manifesta , quando consideramos que ele colocou os espíritos malignos debaixo do domínio dos anjos bons e deu a cada homem, neste mundo, um anjo bom que o ilumina, guia os seus passos e o defende contra os seus inimigos.  Por isso, os assaltos do inimigo das almas são aniquilados pela intervenção daqueles espíritos que se conservam fiéis a Deus, e o demônio acaba por contribuir para a maior glória do Criador". (Cardeal A. LÉPICIER, op. cit., p. 241. )

 

  

Os anjos podiam pecar?

 

Como poderia o anjo ter pecado, uma vez que ele não está sujeito às paixões ou ao erro no entendimento, como nós homens?

 

"Como compreender semelhante opção e rebelião a Deus em seres de tão viva inteligência?” — pergunta João Paulo II.

 

 O Pontífice responde:

“Os Padres da Igreja e os teólogos não hesitam em falar de cegueira, produzida pela supervalorização da perfeição do próprio ser, levada até o ponto de ocultar a supremacia de Deus, a qual exigia, ao contrário, um ato de dócil e obediente submissão. Tudo isto parece expresso de maneira concisa nas palavras: "Não servirei" (Jer 2, 20), que manifestam a radical e irreversível rejeição de tomar parte na edificação do reino de Deus no mundo criado. Satanás, o espírito rebelde, quer seu próprio reino, não o de Deus, e se levanta como o primeiro adversário do Criador, como opositor da Providência, antagonista da sabedoria amorosa de Deus”  (Apud Mons.C. BALDUCCI, El díablo, p. 20.)

 

E o Papa explica que os anjos, por serem criaturas racionais, são livres,  isto é, têm a capacidade de escolher a favor ou contra aquilo que conhecem ser o bem: “Também para os anjos a liberdade significa possibilidade de escolha a favor ou contra o bem que eles conhecem, quer dizer, o próprio Deus”. (João Paulo II, Mcm, ibidem.)

 

Criando os anjos racionais e livres, quis Deus que eles - com o auxílio da graça — fossem os agentes de sua própria felicidade ou de sua perda, caso cooperassem ou resistissem à graça. Para que merecessem a felicidade eterna, submeteu-os a uma prova.

 

É de fé que todos os espíritos angélicos foram submetidos a uma prova. Entretanto, não sabemos qual teria sido essa prova. Os teólogos procuram excogitar qual teria sido.

 








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