Cidadãos do Infinito




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01/10/2021
Namoro: uma etapa rumo ao Céu
No trajeto desta vida para a eternidade, o namoro é como aquele período em que as pessoas vão à agência de turismo para se sentarem e decidirem com que companhia e sob que condições farão a sua viagem.


Instituição natural e tão antiga como o próprio homem, a família humana tem por finalidade última tornar-se um dia, na glória do Céu, família divina. Ainda que ao longo da história possam variar as circunstâncias e os elementos periféricos que de certo modo a configuram — regime de comunhão de bens, maneira com que se escolhe o cônjuge etc. —, a família está ordenada a um fim ditado não só pela natureza das coisas, mas também, e sobretudo, pelo desejo livre e generoso de Deus, que quer fazer-nos partícipes de sua eterna alegria. E é em função dessa meta — ir para o Céu — que as etapas preparatórias à constituição do núcleo familiar existem. O que costumamos chamar namoro e noivado, com efeito, não devem ser vistos como fases "divertidas" da vida; trata-se, pelo contrário, de uma experiência que, se vivida como convém, representará para o possível casal um tempo de "graça e crescimento na fé", justamente por ser caracterizada pela abertura a "compartilhar um projeto comum dirigido para o futuro" [1], e para um futuro, não custa repetir, eterno.

Por isso, o namoro e o noivado têm de ser encarados com maturidade, como um tempo de conhecimento mútuo, e não de sonhos romanescos. Apesar da paixão e da atração sexual típicas dessa etapa, os namorados precisam manter os pés no mundo real e procurar enxergar com serenidade as virtudes e os defeitos do outro, sabendo discernir se a pessoa por quem se apaixonaram possui, de fato, aquelas qualidades básicas que mais se conformam ao objetivo da família que com ela desejam construir. Fé, boa vontade, desejo de santidade, saber dar primazia absoluta a Deus, tudo isso é necessário — muito mais do que o enamoramento — para que a escolha por esta ou aquela pessoa tenha "caráter de responsabilidade e de profundidade humana" [2]. O importante num namoro e, a fortiori, num noivado não é sentir-se apaixonado, senão "amar e sentir-se amado por uma pessoa que", desejando o Céu assim como eu, "também escolheu amar-me com sua razão e vontade" [3], por ter visto em mim alguém que não só merece ser amado, mas que de fato é infinitamente amado por Deus.




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